segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O Guia de Sobrevivência a Zumbis - Ataques Registrados - Max Brooks e Ibraim Roberson


Título Original: THE ZOMBIE SURVIVAL GUIDE, Recorded Attacks
Edição: O guia de sobrevivência a zumbis: ataques registrados / Max Brooks: tradução de Leonardo Villa-Forte; Ilustrado por Ibraim Roberson. - Rio de Janeiro: Rocco, 2011.
Nota: 4/5

Essa maravilhosa história em quadrinhos é perfeita pra quem ama História e Zumbis. Ela foi escrita a partir do livro "The Zombie Survival Guide", escrito pelo mesmo autor, e tem diferencial de ser uma espécie de conjunto de relatos de casos de ataque zumbi ao longo da história da humanidade.
Fazendo uso de elementos reais, a narrativa se faz parecer verdadeira e parece ter o objetivo de dar uma incerteza sobre a possibilidade do vírus que transforma humanos em mortos-vivos ser real. Diria que, até certo ponto, instaura o pânico sim.
As ilustras são lindas e a leitura é rápida e te prende do início ao fim.
Adorei!

Kama Sutra - Vatsyayana

Versão a que tive acesso: Kama Sutra de Vatsyayana; traduzido do sânscrito com introdução e observações de Sir Richard Burton; tradução de Luciane Aquino - Porto Alegre: L&PM Pocket, 2009.
Páginas: 238
Nota: 2,5/5

Não sei quem foi o depravado que nos fez acreditar que o Kama Sutra era meramente um livro de posições sexuais, sei que essa ideia é COMPLETAMENTE equivocada!
Essa obra é na verdade uma espécie de manual a respeito das relações interpessoais entre homens e mulheres. Acontece que Kama significa prazer, e o objetivo da obra é dizer que o prazer (kama) é tão importante quanto a riqueza (artha) e o mérito religioso (dharma).
O livro foi escrito por esse tal de Vatsyayana não se sabe em que época e menos ainda se sabe sobre o próprio autor. A versão a que temos acesso nos dias de hoje é uma tradução feita por um inglês chamado Richard Francis Burton.
Para entender melhor do que se trata o bendito (será?) Kama Sutra, vou explicar por cima do que se tratam as 7 partes em que foi dividido:

Parte I - O Sutra de Vatsyayana: parte introdutória que explica os conceitos de Dharma, Artha e Kama e fala sobre a vida de um cidadão e a artes e ciências que devem ser estudadas.

Parte II - Sobre a União Sexual: PRONTO, chegamos na única parte conhecida do Kama Sutra e juro que não tem nada de pornográfico na descrição das posições ou menos ainda na parte em que ele explica sobre as "preliminares" (que são bem diferentes das nossas). Abraçar, beijar, morder, beliscar, arranhar e várias outras formas de deixar marcas são formas de preliminares e DEVEM ser feitas, para mostrar que a coisa foi boa.

Parte III - Sobre a Aquisição de Uma Esposa: aqui fala um pouco sobre quem são as mulheres indicadas para o casamento e como o casamento pode ser conquistado ou forçado

Parte IV - Sobre a Esposa: apenas como as esposas devem se comportar na presença ou ausência do marido e no caso de várias esposas como as mais velhas se portam em relação às mais novas.

Parte V - Sobre as Esposas dos Outros: essa foi uma grande surpresa pela diferença cultural. Acontece que para eles era normal que homens e mulheres mantivessem relações extraconjugais, contanto que fossem mantidas em segredo. Além do que, elas poderiam ser muito úteis (além de prazerosas), quando tivesse interesses políticos, monetários ou mesmo de vingança envolvidos.

Parte VI - Sobre as Cortesãs: uma das melhores partes do livro todo, aqui explica tudo que as cortesãs podiam e deviam fazer. As cortesãs eram mulheres respeitadas pois eram mais sábias e instruídas que as mulheres comuns, além do que viviam do prazer. E também podiam viver como esposas de alguém, caso fosse conveniente. Muito peculiar e interessante.

Parte VII - Sobre os Modos de Atrair os Outros: vááárias dicas de estratégias para se tornar interessante aos olhos dos outros assim como receitas de macumbas com o mesmo efeito (e pra melhorar o desempenho sexual também).

Com essa leitura aprendi algumas coisas: 69 chama posição do corvo, eu sou uma mulher-corça e se tivesse nascido nessa cultura provavelmente teria me tornado cortesã.
Não achei a leitura ótima e super empolgante, mas é sempre válido acrescentar conhecimento, ainda mais sobre diversidade cultural.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Alice - Lewis Carroll


Nome completo: Alice, Aventuras de Alice no país das Maravilhas & Através do espelho e o que Alice encontrou por lá
Títulos originais: Alice's adventures in Wonderland; Through the looking-glass and what Alice found there
Exemplar lido: Jorge Zahar Ed., 2009 - Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges
Páginas: 317
Nota: 4/5

Charles Lutwidge Dodgson, mais conhecido como Lewiss Carroll, inventou todo esse mundo mágico da menina Alice, famosíssimo em todo o mundo, para uma menina chamada Alice Liddell. Sobre as especulações a respeito de seus fetiches (se era ou não um pedófilo) não pretendo abordar. A ideia é apenas contar a experiência que essas duas obras, uma continuação da outra, me trouxeram.
Esse tal livro, intitulado Alice, é uma espécie de coletânea com as duas obras mais famosas de Carroll, e esclarece a história que conhecemos através do clássico desenho da Disney "Alice no País das Maravilhas". O desenho não conta a história nem de um e nem do outro livro, e sim inventa uma nova história unindo elementos de ambos.
Em "aventuras no país das Maravilhas", Alice persegue o coelho branco, toma chá com o chapeleiro, a lebre e o caxinguelê (nem lembro se ele foi colocado no desenho) e conhece a temida rainha de copas (cuja frase de efeito "cortem-lhe a cabeça" é deveras lembrada) e no fim das contas percebe que toda sua aventura foi apenas um sonho.
Já em "através do espelho" Alice descobre o mundo dos "avessos" que existe do outro lado do espelho e é quando se depara com aquelas lindezas "Tweedledum" e "Tweedledee" e as bizarras florzinhas que falam (elas cantam no desenho da Disney). Esse livro é ainda melhor que o primeiro, todos os passos da Alice funcionam como se ela estivesse em um tabuleiro de xadrez, e a loucura consegue aumentar ainda mais nessa obra. Foi daqui que o Tim Burton tirou a tal Rainha Branca, mas ela e a Rainha de Copas NUNCA se conheceram, quanto mais eram irmãs rivais. Aqui a Rainha Branca e a Rainha Vermelha são peças de xadrez assim como os reis branco e vermelho, os peões e os cavalos/cavaleiros de mesmas cores.
Pra mim a melhor parte de "Alice", além do mundo mágico que a suposta imaginação de uma criança é capaz de criar, são as inúmeras referências à língua inglesa, incluindo diversos trocadilhos e ironias que a gramática nos traz. A adaptação para o português ficou excelente, tanto que só por ser boa é que se pode perceber essas piadinhas, mas acredito que ler em inglês deva ser ainda mais mágico!
Além disso, esse livro contém ilustrações originais da obra, feitas por John Tenniel. São ilustrações fantásticas e dão aquela ajuda pra imaginação ir ainda mais longe.

Essas são obras clássicas e, mais do que recomendadas, DEVEM ser lidas!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

90 Livros Clássicos Para Apressadinhos - Henrik Lange

Título original: 90 classic books for people in a hurry
Versão brasileira a que tive acesso: 2ª ed; Galera Record, 2010
Páginas: 192
Nota: 5 estrelas (5/5)

A proposta é a seguinte: fazer em 04 quadros (sendo 01 apenas para o título) um resumo hilário dos grandes clássicos da literatura mundial. Esse escritor sueco conseguiu executar de forma brilhante a ideia a que se propôs!
Uma coisa é fato: quando se trata de uma obra que você leu a tirinha fica ainda mais engraçada! Mas, as outras me fizeram querer ler as obras, JURO!
Os melhores pra mim são: As aventuras de Alice no país das maravilhas e a bíblia HAHAHAHAHAHA.

Só achei 1 defeito: o último "clássico" vem a ser O Alquimista, do Paulo Coelho. O dia que isso for clássico eu peço pro trem parar que eu quero descer.

Mas, a leitura é agradabilíssima e rápida, acho que coisa de 1 hora já dá pra devorar o livro todo. Recomendadíssimo!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A Long Way Down - Nick Hornby


Apesar de ter levado exatamente 1 mês nessa leitura, de forma alguma posso dizer que o conteúdo da mesma seja ruim. Eu demorei esse tempo todo por vários fatores:
01. Vestibular (passei, acho que compensou);
02. Preguiça;
03. Está em inglês, o que exige ainda mais do intelecto e o que dá mais preguiça.
A sinopse é meio dramática: 04 pessoas que não têm absolutamente nada em comum se conhecem na noite de ano novo no topo de um edifício, as 04 estavam pensando em cometer suicídio. Aí você pensa: MEU DEUS, QUE COISA HORRÍVEL!
No fundo o livro é uma narrativa engraçada, que trata os dramas da vida de forma irônica. Ele tem um tom de depressão, realmente tem. Mas no todo é engraçado.
Os personagens são uma mulher de meia idade, que é uma coitada que não faz nada desde que o filho nasceu, porque esse filho é deficiente. Um ex-apresentador de tv que jogou a vida no lixo por ter "dormido" (adoro essa expressão) com uma guria de 15 anos e consequentemente foi preso. Uma adolescente muito chata, muito burra e grosseira, que só fala besteiras o livro INTEIRO. Um jovem de sei lá, quase 30, que é um loser pois entrega pizzas depois da sua banda e seu namoro terminarem.
Detalhe bom: o livro é ambientado em Londres, o escritor é inglês o que faz a narrativa possuir aquele humor tão peculiar que só os ingleses conseguem ter.
Detalhe ruim: o livro é escrito por um inglês, o número de palavras que eu nunca vi na vida é enorme! Sério, essas gírias britânicas são um lixo, não entendi um monte de coisas HAHAHAHAHA!

Mas não achei um livro ótimo, apenas bom, numa escala de 5 estrelas eu dou 3! E ainda assim recomendo a leitura, pois livro a fora existem certos pensamentos que considero importantíssimos, umas "filosofadas" sobre a vida mesmo.

ATENÇÃO: se você estiver numa fase ruim, pra baixo, com pensamentos depressivos, evite esta leitura! Profunda demais e baixo astral demais pra alguém nessas condições, pode dar ideia errada!

P.S.: Gostei dessa ideia de "estrelas" vou adotar daqui em diante.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Feliz Ano Novo - Rubem Fonseca


Acho que 2011 foi o "ano dos livros de contos" na minha vida, não me lembro de antes ter lido tão seguidamente tantos exemplares dessa espécie! Esse, em especial, estava aguardando desde o comecinho do ano (lá por abril) para ser lido. Confesso que eu tinha um certo preconceito contra o mesmo, parecido com o meu sentimento em relação a Nelson Rodrigues, provavelmente por conta da famosa "pornografia" como tema. Sim, eu tinha um grande e burro preconceito contra essa temática e "Feliz Ano Novo" é sem sombra de dúvidas um excelente material para fazer qualquer um superar esse preconceito (ou desistir de vez de tentar apreciar).
Como de costume, lá vou eu conto a conto:

01. Feliz ano novo: conta a história de 03 pelegos que resolvem assaltar alguma casa na noite de ano novo. É bem escrito, pesado, sujo e sobre a escória da sociedade. Achei legalzinho.

02. Corações solitários: o livro me foi emprestado justamente por esse conto, tanto que eu cheguei a lê-lo e depois encostei o livro de novo por mais alguns meses. A história é contada por um jornalista que sai das notícias policiais para fazer parte de uma encadernação destinada às mulheres da classe C. O final é bastante surpreendente. Mas de novo: achei legalzinho.

03. Abril, no Rio, em 1970: um fulano quer ser visto por um olheiro de futebol para poder ir para um bom time. Achei chatinho, mas esse conto diz muito sobre a pessoa que me emprestou o bendito livro. P.S.: obrigada babe!

04. Botando pra quebrar: foi aí que eu comecei a gostar do livro. História de um zé ninguém que não quer mais viver as custas da mulher e arranja um emprego de leão de chácara, ironicamente no mesmo dia que ela pede a ele que a deixe encontrar um homem bom e decente para ela. A parte do drama é boa e realmente triste, mas o legal é o final do conto.

05. Passeio noturno (Parte I): um pai de família aparentemente normal tem uma espécie de "hobby" bastante único, que o ajuda a liberar as frustrações.

06. Passeio noturno (Parte II): é nesse conto que o tal hobby consegue ficar ainda mais assustador. Genial esse conto, amei amei amei amei (aqui você já consegue perceber o quanto eu estava empolgada com o livro).

07. Dia dos namorados: o famoso personagem Mandrake aparece nesse conto (excelente, diga-se de passagem). Uma história maluca sobre um ricaço que resolve levar uma garota de programa pra um motel e tudo que podia efetivamente dá errado. Aí o Mandrake surge pra resolver o rolo todo.

08. O outro: esse eu achei muito triste. Um cara rico que trabalhava demais e todo dia era abordado por um coitado na rua, até ele se irritar com o coitado...

09. Agruras de um jovem escritor: que conto mais maravilhoso! Um escritor que mora com uma suposta fã e a trata como lixo, ao final percebe que não era ninguém. Não quero detalhar mais, acabaria com toda a graça.

10. O pedido: outro conto bastante triste. E aqui eu notei um elemento que é recorrente na escrita de Rubem Fonseca - personagens de origem lusitana. Um velhinho precisa pedir ajuda para seu patrício, mas os dois estão brigados há anos (e ele nem mesmo lembra o motivo). Incrível como certas bobagens, em especial o orgulho, acabam com a vida das pessoas.

11. O campeonato: é nesse conto que a tal pornografia é abordada de um jeito tão inusitado que você consegue perceber que não há nada demais nela. É um conto genial, sobre um campeonato de conjunção carnal. Certos elementos te fazem notar que o conto não se passa no presente e sim num futuro estranho, que é o que o autor acredita que vai acontecer com a humanidade. Muito bom mesmo.

12. Nau Catrineta: meu conto preferido. Um jovem está completando 21 anos e é seu destino completar uma missão, passada por gerações em sua família. Outro elemento que eu já havia percebido: o autor é extremamente culto, em especial quando o assunto é literatura, e deixa isso bem claro ao longo de todo o livro! A atmosfera de mistério e profecia são muito bem colocadas e se apresentam de forma ao mesmo tempo sútil e evidente (não me pergunte como, só leia).

13. Entrevista: o conto inteiro é uma conversa entre um homem e uma mulher, mas ninguém te diz isso. Simplesmente são duas iniciais diferentes "M" e "H", e você só pode ter certeza de que "M" é mulher pelo contexto, mas não que necessariamente esse "M" seja pela primeira inicial de "mulher". E a complexidade dele é tamanha que me deixou meio tonta ao final, não sei se realmente é pra entender o que eu entendi ou se eu viajei bonito, mas o "meu final" é bem sinistro.

14. 74 Degraus: nunca tinha visto essa estrutura - apenas pensamentos das personagens. Fica bem confuso em alguns momentos, onde é difícil distinguir quem está pensando o que, mas é realmente genial. Um jeito único de narrar uma história, como se usasse da visão de cada personagem sobre um mesmo fato, vivido exatamente no mesmo momento. A história em si não é tão boa, se bem que adorei o triunfo das personagens femininas, mas enfim, o que realmente marca é a estrutura.

15. Intestino Grosso: o melhor fechamento de livro de contos que eu já vi em toda a minha vida (e que certamente vou ver, porque, pra ganhar desse tem que ser muito bom mesmo). Esse conto é como se alguém fosse entrevistar um certo escritor que por acaso é exatamente IGUAL ao Rubem Fonseca. Explica muita coisa, inclusive o livro todo passa a fazer muito mais sentido e deixa de ser uma série de contos desconexos para se mostrar um grande projeto, único, que segue uma mesma linha de raciocínio. Adorei muitas das ideias do autor, mas nada se compara a explicação a respeito da temática "pornografia". Excelente final.


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O Guia do Mochileiro das Galáxias - Douglas Adams


Quando li esse livro pela primeira vez eu tinha 16 anos e fiquei fascinada com todo o sarcasmo e genialidade das inúmeras piadas ao longo da narrativa. O que eu não havia me dado conta era que é apenas isso o livro, apenas uma bela piada! Uma grande satirização da humanidade e todas as suas crenças e costumes.
Douglas Adams foi um verdadeiro gênio, e sua ideia mais brilhante foi criar essa saga em que um humano sobrevive à destruição do Planeta Terra e sai pela Galáxia com alienígenas (e uma outra humana) em uma aventura épica.
Alguns elementos são extremamente característicos e divertidíssimos:
Primeiro de tudo - NÃO ENTRE EM PÂNICO;
Ford Prefect - o alien que mora (fica preso) na Terra por 15 anos e não entende sarcasmo ou ironia;
Marvin - o robô depressivo mais chato e irritante de todo o Universo;
A Resposta da Questão Fundamental ser 42 e a questão em si ser totalmente desconhecida;
Os humanos serem apenas os terceiros seres mais inteligentes que habitavam a Terra.

Além de outras zilhões de piadas ótimas e extremamente bem elaboradas!
Preciso urgentemente (re)ler o título seguinte "O Restaurante no Fim do Universo", é uma saga SENSACIONAL e você fica desesperado para entender a história inteira. Infelizmente a qualidade das piadas vai decaindo a cada título, mas vou dar mais uma chance, talvez tenha sido apenas uma má primeira impressão!