terça-feira, 27 de março de 2012

Um breve adendo


A maldita saga de livros para o processo seletivo da UFPR me rendeu uma vaga na instituição e agora estou cursando Letras. Digo que foram os livros porque foi a única coisa que eu "estudei", o resto foi chutômetro e funcionou. Mas enfim, graças a essa conquista (ou não) eu agora não tenho mais tempo livre pra ler, eu tenho que ler como obrigação.
Depois da minha linda aula de Teoria da Literatura vi o quanto esse blog vai ser necessário, uma vez que aqui vou poder dizer coisas leigas como: achei lindo, achei ridículo, odiei, amei... Em contraponto com o curso, onde teremos que produzir apenas e tão somente críticas acadêmicas, seguindo formalismos e dizendo coisas como: esta produção literária é precária tendo em vista a análise morfológica que não apresenta grandes novidades ou variações.
Enfim, vou manter minha forma tão singela, meiga e tudo menos acadêmica de julgar as obras lidas, mesmo sendo elas referenciais para meus estudos literários.
Ou seja: pouco me importa que eu tenho que manter uma imagem de verdadeiro pedantismo dentro da universidade, aqui eu posso continuar sendo 'gonorante' e falando que NÃO GOSTO de obras que são consideradas marcos na literatura. Que eu entenda o significado e o peso delas pela explicação dada pelos professores, mas que eu mantenha sempre meu gosto pessoal, certo?
Se você não concorda aí já não é mais problema meu.
Uns beijo...


segunda-feira, 5 de março de 2012

Minhas Mulheres e Meus Homens - Mário Prata


Edição: Objetiva, 1999
Páginas: 252
Nota: 3/5


A ideia é bem original, o autor diz que a teve olhando sua agenda telefônica enquanto pensava que tinha pelo menos uma história pra contar a respeito de cada uma daquelas pessoas que estavam elencadas na referida agenda.
É uma biografia não biográfica, haha, se é que isso é possível! O livro é disposto em ordem alfabética, mas ao final apresenta um índice cronológico e a recomendação de que seja lido dessa maneira. Não existe padrão, às vezes as histórias são unicamente protagonizadas pelas pessoas sem participação alguma do autor, outras são histórias vividas por ambos e chega ao ponto de ter alguns que são poemas, ou contos, bem aleatório mesmo.
Dentre esses conhecidos temos desde tios, primos, filhos, ex-mulher até Arnaldo Jabor, Chico Buarque e Gabriel Garcia Marquez. Algumas histórias são engraçadas, peculiares e interessantes, outras requerem conhecimentos de literatura, cinema, televisão e sabedeusmaisoque para fazerem sentido, achei isso meio chatinho.
Esse apanhado de histórias acaba retratando bem o autor, por isso até que passa por biografia. Mas ou eu tenho um gosto muito estragado, ou sou burra, ou só não captei a essência da coisa ou do "coiso", porque eu sinceramente não gostei do Mário Prata que ficou estampado nessas histórias. Ai sei lá, não curto escritor bicho grilo, muito menos as baixarias da televisão e da "cena literária" brasileira, que se resumem em maconha e muita putaria.
Acho desagradável o jeito como ele curte contar que comeu todo mundo, ou o quanto ele fuma/fumava maconha como se fosse cigarro de chocolate. A parte boa é acabar com o maldito saudosismo das décadas de 60/70/80, que a galera que foi jovem nessa época curte falar que o mundo tá perdido e que a libertinagem tá solta. AHAM, deu pra ver bem como todo mundo era comportado nessa época.
No mais não vejo brilhantismo NENHUM no tal do Mário Prata, já que o que ele escreve tá mais pra uma conversa de bar meio da mal contada. Mas repetindo que tudo pode ser ignorância minha. Gente que quer forçar a loucura me cansa.
É relativamente um livro bom, mas a falta de continuidade me fez levar séculos pra ler.