segunda-feira, 25 de julho de 2011

O Bom-Crioulo - Adolfo Caminha


Mais um livro que só o vestibular me permitiu chegar perto! Obra naturalista escrita em 1895 e que sambou na cara da sociedade da época, abordando o homossexualismo como tema central e, indo além, tendo um negro como personagem principal.

A leitura é um pouco chatinha e difícil porque foi escrita em um português do século XIX, mas é só ignorar as infinitas descrições da paisagem e principalmente o vocabulário marítimo que tudo fica lindo. Acontece que o Sr. Caminha foi da Marinha durante um bom tempo antes de virar, como que do dia pra noite, escritor. Aí ele achou que ia ser legal se os personagens principais fossem marinheiros.

A história se passa assim, Amaro (conhecido pela alcunha de Bom-Crioulo), um negro forte, sexy delicia (tem quinhentas descrições ao longo da obra sobre o corpo do boy magia) e excelente marinheiro, tava indo muitíssimo bem, obrigado, na vida a sete léguas. O mais obediente, prestativo e já experiente marinheiro, até a chegada dum loirinho de olhos azuis – Aleixo – à tripulação. Amaro fica total ‘in love’ pelo jovem padawan Aleixo, de meros 15 anos, e resolve ser um bom macho e cortejar o mancebinho.

Aleixo era um molequinho bobo e vaidoso, e gostou das atenções e proteções dadas por Amaro, aí meio que se deixou levar e assim começa o “romance” dos dois. Então, o coitado do Bom-Crioulo todo bobo resolve descolar um quartinho em terra pros dois viverem de paixões quando estivessem de folga, e vai numa pensão de uma velha amiga, uma tal de Dona Carolina, uma ex-prostituta (sei lá se isso existe) portuguesa.

É interessante que essa Carolina é pra ser daquelas mulheres mais velhas que nos anos 80/90 chamavam de “idade da loba”, quando a mulher era muito da experiente e pegava geral. Gosto do jeito que eles chamam no seriado How I Met You Mother – cougar (descobri recentemente que este é um termo recorrente em filmes para adultos).

Em todo caso, Bom-Crioulo acaba sendo mandado pra outro navio, diferente do de Aleixo e por isso as folgas não coincidem, o que dá a oportunidade de Aleixo conhecer melhor a lusitana safadinha. Sei que rola um amor típico de filme adolescente americano, em que o menino mais bobão acaba pegando a mãe de um amigo e vive momentos intensos de paixão (vide American Pie para maiores esclarecimentos).

Nisso, Bom-Crioulo surta, briga feio na rua e fica internado num hospital depois de ter levado uma bela duma surra a mando do comandante do navio em resposta a seu comportamento nada exemplar. No hospital Amaro pira de vez, até resolver fugir e ir ao encontro de Aleixo, o que culmina em um trágico final – o homicídio de Aleixo pelas mãos de Bom-Crioulo.

História TENSA! Apesar da linguagem bizarra do século XIX eu gostei muito da leitura, que foi bastante rápida já que o livro é bem curtinho. Quem tiver paciência pra decifrar as expressões deve ler a obra, recomendadíssimo!

Anjo Negro - Nelson Rodrigues


Confesso que nunca havia lido uma obra sequer do referido autor, mas já tinha os maiores preconceitos do mundo contra seus polêmicos temas e sua forma de abordá-los. Estava agindo como uma criança que diz odiar um vegetal que nunca antes experimentou, mas veja bem, eu tenho uma boa desculpa! Acredito que a minha educação cristã ainda não saiu totalmente da minha cabeça e me torna por demais bitolada para muitos assuntos ainda, mas é algo que estou solucionando aos poucos, juntamente como lento diagnóstico da própria patologia.

Mas, voltando à obra, deixei meu preconceito de lado em razão de um objetivo maior – prestar novamente o vestibular, depois de todos esses anos (meu 1º foi em 2005). E posso afirmar que valeu a pena!

Anjo Negro é uma obra teatral, escrita por Nelson Rodrigues em 1946, sendo tão chocante e polêmica que só pode estrear em 1948, em razão da censura da época. O “roteiro” de peça é bastante breve, sendo lido (ou devorado) rapidamente, ainda mais por ter como trama uma verdadeira insanidade, misturando os temas racismo, estupro e incesto.

*ATENÇÃO, A PARTIR DESTE PONTO PODE HAVER SPOILERS DA HISTÓRIA

A peça gira em torno de um casal, Ismael (negro) e Virgínia (branca), cujos filhos sempre acabam mortos ainda muito pequenos. Ao longo da leitura você vai descobrindo que Virgínia só se casou com Ismael por obra da tia com quem morava, pois supostamente ela havia seduzido o noivo de uma de suas primas, levando esta última ao suicídio. Sendo assim, a tia se vingou da tão bela Virgínia, mandando que Ismael estuprasse Virginia.

Ismael se apresenta como um sujeito que tem vergonha, ou até mesmo verdadeiro pavor, de sua ascendência, julgando que ser negro é ser inferior, e que os brancos é que são educados. Todo esse drama da personagem foi inserido na história para retratar o pensamento preconceituoso daquela época. Virgínia sente repulsa e atração pelo marido na mesma medida, e ambos em razão da cor da pele de Ismael.

Logo no início da narrativa as personagens são surpreendidas pelo aparecimento de Elias, o irmão branco e cego de Ismael, com quem Virginia se envolve e acaba grávida. Ismael descobre o ocorrido, mata o irmão e ao mesmo tempo Virginia assume que era ela quem matava os próprios filhos, por nascerem todos negros como o pai.

A reviravolta se dá quando nasce o filho de Virginia com Elias, uma menina branca que Ismael trata de logo cegar pois vê nessa menina a oportunidade de ser realmente amado fazendo se passar por branco (aproveitando-se da cegueira da menina). Nesse ponto se percebe o quanto Ismael acredita que ser branco é ser superior. A coisa toda dá certo, uma vez que Ana Maria é loucamente apaixonada pelo negro que se diz seu verdadeiro pai, e odeia Virginia sua mãe.

O final não precisa ser estragado, só vale dizer que a alusão feita à Branca de Neve, é a melhor parte de todas. A história é meio macabra, cheia de mortes, vinganças, inveja e ciúmes. A parte do incesto é nefasta demais para ser descrita, mas acho que as obras que te fazem sentir algo, mesmo que repulsa, são obras bem escritas. Em resumo: leitura extremamente recomendada, até porque não leva mais que 2 horas (lendo bem lentamente) para fazê-la

Fumaça e Espelhos - Neil Gaiman


Pra ser bem sincera, minha intenção inicial era ler Drácula de Bram Stoker, mas o sujeito que trabalha na Casa da Leitura da Praça da Espanha não fazia ideia do que eu estava falando. O jeito foi me propor a procurar sozinha algum título que me despertasse o interesse. Foi quando me deparei com o nome de um dos meus escritores preferidos (como já deixei BEM claro em posts anteriores) - Neil Gaiman.

Fumaça e Espelhos é outro livro de contos de Gaiman, anterior ao Coisas Frágeis e com um número maior de contos que o mesmo. Os contos de Fumaça e Espelhos foram escritos em épocas completamente diferentes, seguem estilos bastante distintos entre si e possuem temática variada. Demorei séculos para lê-lo, pois tive a brilhante ideia de pegá-lo durante a época de festas de fim de ano. Maaaaas, enfim terminei e fiquei absolutamente fascinada com a leitura. Vou fazer o mesmo esquema do outro livro: ir conto por conto.

Lendo as Entranhas: Um Rondel: Gaiman abre o livro com esse poema, sobre o futuro/destino e coloca nele um prefácio que consiste em um trecho do livroAlice no País dos Espelhos de Lewis Carrol. Só tenho a dizer que a escolha do prefácio mostra muito mais do que eu gosto em Gaiman do que o poema em si. Não sou fã de poemas.

O Presente de Casamento: segundo Gaiman a idéia desse surgiu quando amigos seus iriam se casar e ele achou que seria legal lhes dar um conto de presente de casamento. Lógico que depois de pensar melhor ele concluiu que uma torradeira seria muito mais útil. Guardou a idéia para vendê-la, e eu sinceramente acho que foi melhor assim. Se bem que eu adoraria ganhar um conto de presente de casamento, ainda mais um tão macabro quanto esse. Bem estilo Gaiman de escrever, linguagem simples, fácil e intrigante. Ótimo final. Outra coisa interessante sobre esse conto é que ele fica "escondido" na introdução, ou seja, quem costuma pular essas partes perde uma excelente narrativa.

Cavalaria: nas primeiras páginas do livro, Neil Gaiman fala um pouquinho sobre cada conto, por que o escreveu, qual foi sua fonte de inspiração, etc. No caso desse conto, o que eu mais gostei foi o quanto o autor satirizou uma dissertação acadêmica feita a partir de seu conto. Acho legal isso, o quanto tem pessoas que acham que sabem o que o autor quis dizer com o que escreveu, as idéias ocultas e tudo o mais e no fim, estão completamente equivocados. Mas voltando ao conto em si, narrativa divertida sobre um suposto paradeiro do Santo Graal. Uma história divertida e muito, fazendo uso do adjetivo dado pelo próprio autor, simpática.

Nicholas Era...: infelizmente já tinham se passado 02 dias desde o Natal quando eu li esse conto. Uma pena. Teria sido muito melhor do que a imagem bonitinha de roupas do Papai-Noel que eu coloquei no meu Facebook. Sim, é um conto natalino. Não, não é sobre o espírito natalino ou a época de perdoar e fazer boas ações, muito pelo contrário...

O Preço: esse conto me fez lembrar daquele seriado brega O Toque de um Anjo(Touch By an Angel), que passava sabe deus em que canal. Mas é como se fosse a versão Gaiman desse seriado, envolvendo mais drama e muito mais sangue e violência. Adorei a mescla de anjos com gatos, fez sentido apesar de parecer que nunca faria.

A Ponte do Troll: esse conto me rendeu um novo vício musical – The Stranglers. A banda punk setentista é citada no início da história, e não agüentei de curiosidade, fui correndo pro youtube dar uma ouvida. Resultado: to viciada numa música deles chamada Golden Brown (se você não conhece, por favor ouça-a, vale a pena). Esse conto tem um ar de melancolia, e achei que faltou alguma coisa, mas não sei o que. É como aquela comida, que você experimenta repetidas vezes, sabe que falta algo, mas não consegue de jeito nenhum descobrir o que, e não quer arriscar um palpite, porque sabe que isso tem grandes chances de arruinar o prato.

O Palhaço: eu tenho pavor de palhaço. Acho que só o tema já consegue deixar qualquer história aterrorizante. Essa é sobre uma daquelas caixinhas Jack in the Box, sabe-se lá o nome desse troço em português. Mas enfim, segundo Gaiman a inspiração veio de uma escultura da artista plástica Lisa Snellings, outra coisa que vale a pena procurar, caso ainda não seja de seu conhecimento. Não tem mais nada pra falar além de que é um conto de terror, mesmo.

O Lago dos Peixes Dourados e Outras Histórias: não gostei muito desse conto. Fiquei meio entediada e decepcionada com o drama que Gaiman fez parecer ser quando uma produtora de cinema resolve transformar um título literário em filme. Não que seja exatamente assim, afinal histórias acabam exagerando a realidade, mas tenho certeza que não é muito diferente, não.

A Estrada Branca: o que eu mais gosto nas histórias do Gaiman é o quanto ele é influenciado por outros grandes escritores e, melhor de tudo, o fato dele efetivamente revelar suas fontes. Esse conto mais do que macabro me lembrou muito aquele filme A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, não propriamente pela história, mas algo no conto me fez imaginá-lo com a mesma fotografia do referido filme. Estou bastante desejosa de ler A História do Sr. Fox, uma das inspirações para esse conto bizarro e demente (isso são elogios, só pra constar).

A Rainha das Facas: por causa da temática (show de mágica e ilusões) esse conto me lembrou muito aquele outro, que tem no livro Coisas Frágeis, Os Fatos no Caso da Partida da Senhorita Finch. Não gostei muito desse conto, acho que o final me chocou muito, fiquei meio triste. Ou vai ver que foi porque eu li num momento não tão bom: dentro de um ônibus de viagem, completamente ansiosa por chegar ao meu destino. Se, eventualmente, lê-lo de novo saberei dizer. Mas agora não é o momento.

Mudanças: se existe um conto que define a palavra bizarro, é esse. Não sei bem que tipo de adjetivo usar, chocante parece muito pouco. Pansexualismo é uma das palavras que pode ajudar a entender o conto. Ficção científica da espécie mais sinistra também. É um bom conto, mas deixa qualquer pessoa atormentada.

A Filha das Corujas: esse é relativamente curto e agonizante. Adorei o final.

Shoggoth’s Old Peculiar: esse conto me fez perceber que, enquanto eu não criar vergonha na cara e não for atrás de alguma obra de H. P. Lovecraft eu vou perder MUITA coisa contida nos contos de Neil Gaiman. Lovecraft é simplesmente uma das maiores inspirações de Gaiman, e parece ser bastante interessante, talvez fantasioso demais e um pouco pedante, mas quem não gosta de uma bizarice pomposa, não é mesmo? O fato de criticar aqueles guias de viagem é genial. É um conto divertido, mas aposto que seria ainda mais se eu entendesse da obra de H. P. Lovecraft, nem que fosse só um pouquinho.

Vírus: o conto em si é meio fraquinho, na minha opinião, mas o porque dele é muito bom – jogos de computador se infiltram em nossas cabeças de uma forma viral! Não sei se acontece com todo mundo, mas sempre que eu fico um certo tempo jogando qualquer coisa eletrônica, em especial antes de dormir, eu tenho sonhos com os jogos. Talvez eu deva parar com esses jogos, sonhos com blocos coloridos ou tabuleiros de sudoku não é muito agradável.

Procurando a Garota: um conto muito bem escrito sobre um cara que fica enlouquecido por uma mulher que ele vê numa revista masculina. A saga toda é bem intrigante e triste, em certo ponto. Adorei o fato de Gaiman explicar que o conto não tem nada a ver com mulheres, mas som com fotografias de mulheres.

Apenas o Fim do Mundo Novamente: se existisse (ou existir) um ranking de histórias bizarras, totalmente fantasiosas, piradas e que mesclam tudo que tem de esquisito no universo, essa certamente estaria entre as 10 primeiras. Mas não adianta, eu nunca resisto à esse tipo de história, ainda mais quando colocam lobisomem no meio (crepúsculo não pode ser considerado obra literária no meu mundo, pelo menos não com alguma validade, antes que alguém mencione). Mas, de novo lá está ele – H. P. Lovecraft, aquele maldito. Certamente depois que eu criar vergonha na cara e ler ao menos uma obra desse sujeito eu vou ter que ler esse livro de novo. Aposto que muita coisa vai mudar.

Bay Wolf: sen-as-ci-o-nal! É digamos uma espécie de releitura do poema épico “Beowulf”, com pitadas do seriado Bay Watch. Infelizmente não existe um correspondente direto da Pamela Anderson no conto, o que, na minha opinião, seria divertidíssimo. Mas enfim, o trocadilho brilhante do título é genial, já que de novo rola um lobisomem na história (o mesmo personagem do conto anterior). Eu adorei.

Arremate por Atacado: essa história é brilhante. Muito inteligente e perspicaz, pois ao mesmo tempo que engraçada, acaba sendo bem dramática. Em resumo trata de uma “pequena” gafe que é possível fazer em nome de uma boa promoção. Todo mundo adora promoção, vai.

Uma Vida Gestada nos Primeiros Trabalhos de Moorcock: aqui tem outro autor que eu desconheço COMPLETAMENTE e cuja leitura da obra é essencial para entender melhor o conto – Michael Moorcock. Esse conto é ótimo pois, segundo Gaiman, o personagem principal é uma representação dele mesmo quando criança. Isso é ótimo no ponto em que muita coisa sobre a personalidade do escritor é revelada, não exatamente a personalidade, mas coisas que ele gosta, acredita. Tá, vou falar a verdade, fiquei feliz porque descobri que ele realmente teve uma desilusão com As Crônicas de Nárnia como eu havia suposto. Adoro estar certa, e esse conto me fez entender o que diabos tinha acontecido. De resto é um bom conto, um pouco pesado, mas um bom conto. O final me fez sorrir.

Cores Frias: é pra ser sincera? Achei horrível. Já falei ali em cima que não sou fã de poemas. Talvez por ignorância, porque eu realmente não consigo entender esses troços. Talvez seja uma questão de gosto, afinal o que seria do azul se todo mundo gostasse do amarelo, certo?

O Varredor de Sonhos: como conheci Gaiman graças à aclamada história em quadrinhos Sandman, posso afirmar que “sonho” é uma temática que me atrai MUITO, e que Gaiman sabe tratar como ninguém. É uma história bonita e triste. Gosto de coisas assim.

Partes Estrangeiras: só agora, escrevendo esse post, é que eu entendi o título. Devo alertar que se trata de uma história pesada, com um final digno de um episódio de “Além da Imaginação” (The Twilight Zone).

Sestina do Vampiro: serviu pra eu aprender o que é uma sestina. Poema, poesia e qualquer derivação não passa no meu crivo. Meu cérebro automaticamente separa pra pasta “chato” e eu tenho uma dificuldade tremenda de me concentrar na leitura, fato.

Camundongo: segundo o autor, esse conto foi feito para uma antologia de histórias sobre superstição. Desconheço a superstição a que este conto faz alusão, ou sou realmente muito tapada, ou li sem um pingo de atenção (tudo é possível). A parte mais bizarra é uma transmissão de rádio que o personagem ouve durante a trama e que, segundo Gaiman, é verídica.

A Mudança do Mar: não gostei. Não entendi. Não prestei atenção. Sei lá. O tipo da coisa que não me prendeu, que eu li umas 3x a mesma frase e ainda assim me perdia, e voltava e pulava e no fim de tudo eu ainda continuei não gostando. Mas conheço alguém que provavelmente gostaria...

Quando Fomos Assistir ao Fim do Mundo. Por Dawnie Morningside, Idade: 11 anos e 3 meses: esse conto é ótimo. Como se fosse escrito por uma criança de onze anos. Sendo bem sincera mesmo, não parece que foi escrito por uma criança de onze anos, fail se a intenção era mesmo parecer isso. Mas é divertidíssimo. Totalmente fantasioso e engraçado num estilo de humor de seriado. Taí, daria um bom seriado.

Gostos: o tema parece sexo no começo, mas acaba sendo uma ficção científica das mais brilhantes que eu já li. Amei esse conto, um dos preferidos CERTEZA. A questão da leitura de mentes é um assunto me fascina em excesso, aí já viu né! Me ganhou.

Bolinhos de Bebê: um jeito muito bom de falar sobre as atrocidades que os humanos fazem com os animais.

Mistério de Assassinato: esse conto me deixou completamente arrepiada. Fala sobre anjos, e sobre a injustiça divina. Vale MUITO a pena ser lido.

Neve, Vidro e Maçãs: e como seria a versão da madrasta da Branca de Neve? Quem disse que ela não tinha seus próprios motivos pra fazer tudo o que fez? Como podemos saber se a Branca de Neve era mesmo a boazinha da história se só ouvimos o lado do vencedor, hein? Esse conto é uma bela releitura da minha história infantil preferida, contou muitos pontos por causa disso.

Pra resumir bem resumido, Gaiman abriu de forma estupenda com “O Presente de Casamento” e guardou a nata pro final, com esses últimos 04 contos. Gosto cada vez mais desse brilhante escritor inglês e pretendo ler as obras que lhe serviram como referência o quanto antes!