
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Romanceiro da Inconfidência - Cecília Meireles

quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Urupês - Monteiro Lobato

quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Felicidade Clandestina - Clarice Lispector

E a saga da listinha da UFPR continua. Correndo o risco de sofrer bullying literário e nunca mais ser respeitada por ninguém (como se ainda tivesse algum respeito a perder), essa foi a obra 'indicada' mais difícil de ler até o presente momento! Por se tratar de um livro de contos prefiro usar aquela tática de ir conto a conto para expressar melhor o que essa leitura me trouxe. E antes de mais nada, eu NUNCA havia lido Lispector (ou achava isso). Sem contar é claro as 20475625465214511 zilhões de citações escritas em tweets. Não sei quem foi o sábio que disse que deveriam fazer um Twitter com uma ferramenta própria para reclamar do clima e outra para citar Clarice Lispector. Mas enfim, vamos aos contos.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Lucíola - José de Alencar

Uma vez frequentado uma escola e tendo o mínimo que fosse de instrução já seria o suficiente para saber que José de Alencar está entre os maiores escritores da nação. Eu apenas não tinha noção (em toda minha ignorância) do quão mestre ele realmente havia sido até me deparar com esta obra fascinante, um de seus chamados "romances urbanos".
Inocência - Visconde de Taunay

Nessa edição que eu li, há um pouco da história do autor, bem como um belo de um resumo da obra, o que foi excelente para mais uma das minhas leituras de vestibular. No tal resumo falava que a obra se apresentava de difícil compreensão, em razão do emprego de gírias sertanejas, caracterizando-se assim um belo exemplar de romance regionalista.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
O Bom-Crioulo - Adolfo Caminha

Mais um livro que só o vestibular me permitiu chegar perto! Obra naturalista escrita em 1895 e que sambou na cara da sociedade da época, abordando o homossexualismo como tema central e, indo além, tendo um negro como personagem principal.
A leitura é um pouco chatinha e difícil porque foi escrita em um português do século XIX, mas é só ignorar as infinitas descrições da paisagem e principalmente o vocabulário marítimo que tudo fica lindo. Acontece que o Sr. Caminha foi da Marinha durante um bom tempo antes de virar, como que do dia pra noite, escritor. Aí ele achou que ia ser legal se os personagens principais fossem marinheiros.
A história se passa assim, Amaro (conhecido pela alcunha de Bom-Crioulo), um negro forte, sexy delicia (tem quinhentas descrições ao longo da obra sobre o corpo do boy magia) e excelente marinheiro, tava indo muitíssimo bem, obrigado, na vida a sete léguas. O mais obediente, prestativo e já experiente marinheiro, até a chegada dum loirinho de olhos azuis – Aleixo – à tripulação. Amaro fica total ‘in love’ pelo jovem padawan Aleixo, de meros 15 anos, e resolve ser um bom macho e cortejar o mancebinho.
Aleixo era um molequinho bobo e vaidoso, e gostou das atenções e proteções dadas por Amaro, aí meio que se deixou levar e assim começa o “romance” dos dois. Então, o coitado do Bom-Crioulo todo bobo resolve descolar um quartinho em terra pros dois viverem de paixões quando estivessem de folga, e vai numa pensão de uma velha amiga, uma tal de Dona Carolina, uma ex-prostituta (sei lá se isso existe) portuguesa.
É interessante que essa Carolina é pra ser daquelas mulheres mais velhas que nos anos 80/90 chamavam de “idade da loba”, quando a mulher era muito da experiente e pegava geral. Gosto do jeito que eles chamam no seriado How I Met You Mother – cougar (descobri recentemente que este é um termo recorrente em filmes para adultos).
Em todo caso, Bom-Crioulo acaba sendo mandado pra outro navio, diferente do de Aleixo e por isso as folgas não coincidem, o que dá a oportunidade de Aleixo conhecer melhor a lusitana safadinha. Sei que rola um amor típico de filme adolescente americano, em que o menino mais bobão acaba pegando a mãe de um amigo e vive momentos intensos de paixão (vide American Pie para maiores esclarecimentos).
Nisso, Bom-Crioulo surta, briga feio na rua e fica internado num hospital depois de ter levado uma bela duma surra a mando do comandante do navio em resposta a seu comportamento nada exemplar. No hospital Amaro pira de vez, até resolver fugir e ir ao encontro de Aleixo, o que culmina em um trágico final – o homicídio de Aleixo pelas mãos de Bom-Crioulo.
História TENSA! Apesar da linguagem bizarra do século XIX eu gostei muito da leitura, que foi bastante rápida já que o livro é bem curtinho. Quem tiver paciência pra decifrar as expressões deve ler a obra, recomendadíssimo!Anjo Negro - Nelson Rodrigues

Confesso que nunca havia lido uma obra sequer do referido autor, mas já tinha os maiores preconceitos do mundo contra seus polêmicos temas e sua forma de abordá-los. Estava agindo como uma criança que diz odiar um vegetal que nunca antes experimentou, mas veja bem, eu tenho uma boa desculpa! Acredito que a minha educação cristã ainda não saiu totalmente da minha cabeça e me torna por demais bitolada para muitos assuntos ainda, mas é algo que estou solucionando aos poucos, juntamente como lento diagnóstico da própria patologia.
Mas, voltando à obra, deixei meu preconceito de lado em razão de um objetivo maior – prestar novamente o vestibular, depois de todos esses anos (meu 1º foi em 2005). E posso afirmar que valeu a pena!
Anjo Negro é uma obra teatral, escrita por Nelson Rodrigues em 1946, sendo tão chocante e polêmica que só pode estrear em 1948, em razão da censura da época. O “roteiro” de peça é bastante breve, sendo lido (ou devorado) rapidamente, ainda mais por ter como trama uma verdadeira insanidade, misturando os temas racismo, estupro e incesto.
*ATENÇÃO, A PARTIR DESTE PONTO PODE HAVER SPOILERS DA HISTÓRIA
A peça gira em torno de um casal, Ismael (negro) e Virgínia (branca), cujos filhos sempre acabam mortos ainda muito pequenos. Ao longo da leitura você vai descobrindo que Virgínia só se casou com Ismael por obra da tia com quem morava, pois supostamente ela havia seduzido o noivo de uma de suas primas, levando esta última ao suicídio. Sendo assim, a tia se vingou da tão bela Virgínia, mandando que Ismael estuprasse Virginia.
Ismael se apresenta como um sujeito que tem vergonha, ou até mesmo verdadeiro pavor, de sua ascendência, julgando que ser negro é ser inferior, e que os brancos é que são educados. Todo esse drama da personagem foi inserido na história para retratar o pensamento preconceituoso daquela época. Virgínia sente repulsa e atração pelo marido na mesma medida, e ambos em razão da cor da pele de Ismael.
Logo no início da narrativa as personagens são surpreendidas pelo aparecimento de Elias, o irmão branco e cego de Ismael, com quem Virginia se envolve e acaba grávida. Ismael descobre o ocorrido, mata o irmão e ao mesmo tempo Virginia assume que era ela quem matava os próprios filhos, por nascerem todos negros como o pai.
A reviravolta se dá quando nasce o filho de Virginia com Elias, uma menina branca que Ismael trata de logo cegar pois vê nessa menina a oportunidade de ser realmente amado fazendo se passar por branco (aproveitando-se da cegueira da menina). Nesse ponto se percebe o quanto Ismael acredita que ser branco é ser superior. A coisa toda dá certo, uma vez que Ana Maria é loucamente apaixonada pelo negro que se diz seu verdadeiro pai, e odeia Virginia sua mãe.