terça-feira, 16 de agosto de 2011

Inocência - Visconde de Taunay


Nessa edição que eu li, há um pouco da história do autor, bem como um belo de um resumo da obra, o que foi excelente para mais uma das minhas leituras de vestibular. No tal resumo falava que a obra se apresentava de difícil compreensão, em razão do emprego de gírias sertanejas, caracterizando-se assim um belo exemplar de romance regionalista.
Sinceramente, o que mais me irritou durante a leitura foi (novamente) a detalhada descrição da paisagem. As tais "gírias" eram mesmo muito engraçadas, tendo como exemplo "aninceto", que para nós seria simplesmente "inseto".
Óbvio que uma obra escrita em 1872 possui uma linguagem arcaica muitas vezes de difícil compreensão, mas nesse caso a história é tão simples que consegue tornar a leitura rápida e agradável.
Enredo: Cirino se apaixona perdidamente por Inocência (que o corresponde posteriormente), mas não podem ficar juntos pois ela já é noiva de Manecão. Culmina em final trágico, obviamente. Juro que TODO o resto é só pra história ter mais volume, drama, emoção e os próprios personagens não sacarem o final até ele chegar. Mas é esse "todo o resto" a parte mais divertida da narrativa, onde se encontram as demais personagens, como o Pereira (pai de Inocência) e o Dr. Meyer (o alemão atrapalhado).
Como havia de ser uma obra romântica que se preze, a heroína é moça pura e, principalmente, imaculada. A castidade é posta como ápice da beleza e, é claro, inocência desse amor sublime vivido pelos protagonistas.
Minha personagem preferida é o tal Dr. Meyer, o alemão especialista em "anincetos" que estava rodando o Brasil atrás de espécies raras para apresentar para a Sociedade Geral Entomológica de sua terra natal. Tá, vou falar a verdade: essa personagem me divertiu principalmente por sempre me fazer recordar da musiquinha nada "casta e inocente" da infância "Nabuco foi no mato caçar borboleta e...." SENSACIONAL!
Vale também dizer que me emocionei com o desfecho da trama (mesmo sendo totalmente previsível), chegando a QUASE lacrimejar. Além disso, o fato do pesquisador de insetos ter descoberto uma nova borboleta e a ter batizado de "Papilio Innocentia" é, apesar de pedante, um belo final.
Definindo o livro em duas palavras, fico com engraçadinho e bonitinho. Quando guardado na prateleira deve ficar ao lado de um quase "primo", outro clássico do romantismo nacional, "A Moreninha" de Joaquim Manoel de Macedo.

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