quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Contos de Fadas - Apresentação de Ana Maria Machado


Sempre ouvi dizer que aquelas lindas histórias de contos de fadas eram bem diferentes em sua versão original, muito distantes das versões "Disney" que nós estamos habituados. Quando eu era pequena meu pai lia esses contos originais para mim e meu irmão, e eu me fascinava com o tom levemente (ou puramente) macabro da maioria.
Esse livro é um verdadeiro achado! Ana Maria Machado reuniu grandes clássicos em versões que, segundo ela, se aproximam mais das supostas originais. Nada de finais felizes aqui, ou pelo menos não na massiva maioria dos contos.
Algumas histórias me chamaram mais atenção: Chapeuzinho Vermelho, Barba Azul, Branca de Neve e a Pequena Sereia. Vou explicar um pouquinho o porquê:

Chapeuzinho Vermelho: fica ainda mais claro na versão de Perrault que este velho conto servia para assustar moçoilas inocentes de forma a tomarem cuidado com os "lobos" que vivem pela "estrada a fora". Ou seja: mocinhas virgens, não se deixem enganar! Esses canalhas só querem deflorar vocês e nada além disso! Detalhe: nessa versão não existe caçador/lenhador algum e a Chapeuzinho vai pro saco mesmo. Na sequência, Ana Maria incluí a versão dos irmãos Grimm que se mostra mais leve e faz Chapeuzinho e sua vovó triunfarem, cheguei a ficar com dó do lobo!

Barba Azul: quer assustar seus filhos antes de dormir? Fácil! Só ler essa historinha macabra para os pequerruchos. Degolar é um verbo interessante e resume a história. Maaaaaas, achei um absurdo! Fazem o coitado do Barba Azul de vilão e na real ele só não curtia que mexessem nas coisas dele e que o desobedecessem! Achei a moral desse conto TODA ERRADA!

Branca de Neve: Necrofilia define. Sim, pois a bonitinha cai morta, dura, ressecada, aí os anões (pedófilos porque a laza tinha 07 anos) entravam a desgraçada num caixote de vidro (diamantes, sei) e eis que surge um necrófilo podre de rico (conhecido como "príncipe encantado") que vê o presunto e fica louco. Fala que paga o preço que for pros anões pra levar a de cujus pro castelo dele. Agora veja essas informações e me diz se isso não é necrofilia.

A Pequena Sereia: quase chorei. Não tem final feliz, é triste em demasia. Você fica lá o conto inteiro (que é o maior do livro) torcendo pela meio-pirigueti meio-tainha e no final: pfff, ela vira AR. E tudo pra que? Pra ensinar as crianças que elas devem ser boas, pois quando são elas ajudam as aves a conquistar uma alma imortal, oi? É o mesmo conto? SIM, É! Acredite, fiquei perdida quando chegou no final - Hans Christian Andersen, espero que você esteja apodrecendo no inferno!

Apesar de só ter zombado dos contos, eu realmente AMEI esse livro! Me vejo lendo pros meus filhos, em especial o Barba Azul! Foi um dos melhores presentes que já ganhei em toda minha vida, em especial pela linda dedicatória escrita na contra capa. O objetivo foi alcaçado: me fez sorrir, e muito.

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